PEDRA DO INGÁ – INTRIGANTE E MARAVILHOSA

Pedra de Ingá-PB (7)

Há aproximadamente 5000 mil anos, os antigos habitantes do Ingá registravam a sua história. Registros que atravessou séculos de história e encantam quem os conhece, enchendo de orgulho os seus herdeiros, os cidadãos paraibanos e, porque não, todos os nordestinos.

Pedra de Ingá-PB (5)

O estranho monólito que compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta do Brasil, pois se sabe que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1618, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil, atribuído ao português Ambrósio Fernandes Brandão.  É provável que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em nosso planeta.

Pedra de Ingá-PB (3)

É sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados. Esta colossal pedra cifrada está localizada no Estado da Paraíba, na Serra da Borborema, município de Ingá, às margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km de João Pessoa e a 35 km de Campina Grande. Estes registros tornaram esta pequena cidade grandiosa no debate sobre Patrimônio Histórico.

Pedra de Ingá-PB (6)

Na época das chuvas este grande monólito fica parcialmente encoberto pela água e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas poças d’água espalhadas em quase toda a sua extensão.

Pedra de Ingá-PB (4)

Que registros são esses? Sobre o que eles falam? As Itacoatiaras do Ingá formam um paredão de 15 metros de extensão por 2,30. São inúmeras inscrições na pedra, compondo um sistema de signos/símbolos com inúmeras probabilidades de entendimento. Por isso, podemos afirmar que a arte rupestre das Itacoatiaras do Ingá representam um dos vestígios mais importantes dos primeiros habitantes da Paraíba.

Pedra de Ingá-PB (13)

Este conjunto de inscrições rupestres possui uma excepcionalidade, tanto em relação à sua forma e métodos utilizados, quanto à sua complexidade e execução de sua vasta petrografia. Além disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente planejadas, traçadas e executadas, criando assim certa dificuldade junto aos estudiosos.

Pedra de Ingá-PB (10)

Recentemente dois pesquisadores voltaram-se para estudar a chamada “Pedra do Ingá”, o arqueólogo Juvandi Santos (2007) cuja preocupação maior está voltada para a comprovação da existência de sítios arqueológicos em cada mesorregião da Paraíba, como também para a sistematização das gravuras ou produção cultural encontrada em cada um.

Pedra de Ingá-PB (8)

Já o historiador Vanderley Brito (2008) teve por motivação maior conseguir desfazer as “impressões fantasiosas”, de que seres extraterrestres teriam feito as marcações na Pedra do Ingá, e provar que as inscrições são obras de paleoíndios (os primeiros nativos que ocuparam o Brasil). Em sua pesquisa Brito desenvolveu uma metodologia de estudos sobre gravuras que vem se destacando quando o assunto é arte rupestre.

Pedra de Ingá-PB (2)

Estes dois trabalhos são importantíssimos na redescoberta da pré-história da Paraíba, uma linha de pesquisa pouco desenvolvida e, portanto, pouco valorizada. Talvez resulte dessa ausência de valorização com Patrimônio histórico o esquecimento e o abandono por parte não só das autoridades, como da própria sociedade.

Pedra de Ingá-PB (11)

Assim, ao conhecer as riquezas arqueológicas da fabulosa “Pedra do Ingá” aprendemos a valorizar, a cuidar e preservar este nosso tesouro. A Paraíba e o Nordeste agradecem!

Pedra de Ingá-PB (12)

Fotos – Professor e fotógrafo Arnaldo Vitorino da Silva, de Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco

Fontes – Texto produzido através dos escritos de Érica Fabrícia C. da Silva – http://humanaspanorama.wordpress.com/2012/03/21/110/ e J.A. Fonseca – http://www.aforteanosla.com.ar/Colaboraciones/brasil/articulos/fonseca%20pedra%20inga.htm

6 comentários sobre “PEDRA DO INGÁ – INTRIGANTE E MARAVILHOSA

  1. Marcos Pinto. 08/02/2014 / 18:45

    Acredito que esses desenhos em baixo relevo tenham sido feitos pelo homem Pré-Colombiano.

    Curtir

  2. Bruno carneiro Pires 10/02/2014 / 16:01

    Uma espécie de passagem turística obrigatória de diversas civilizações em eras e tempos diferentes.

    Curtir

  3. Eder 27/05/2015 / 10:51

    Achei interessante e misteriosa q na pedra tem várias vezes desenhadas chanukiah, candelabro de 9 pontas, símbolo religioso do judaísmo, já q a menorah tem 7 braços.

    Curtir

  4. Arlindo Freire 09/07/2016 / 21:40

    Vejamos bem: o mistério do Ingá serve de motivo para que exista um desafio sobre os cientistas atuais, mesmo com os recursos tecnológicos, para que possamos duvidar deles, esperando que algum dia seja possível definir, cientificamente, quais as origens desse fenômeno e quem criou esse trabalho de arte existente no interior da Paraíba, assim como em outras partes do Nordeste.
    Agora, uma pergunta: a NASA e seus cientistas não poderiam resolver esta questão secular, ainda desconhecida no mundo atual da sabedoria com os recursos da Comunicação e Tecnologia?!!!!!!
    Acomodação e alienação, talvez sejam os fatores de preponderância para o reconhecimento do Ingá que certamente vem do homem primitivo
    para desfazer o potencial da modernidade atual.
    !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Curtir

  5. Paulo Eduardo 20/08/2019 / 18:25

    Impressionante é a semelhança dos petróglifos da Itacoatiara do Ingá com os das cavernas de Bandiagara, no Mali. As fotos dos petróglifos africanos evidenciam uma notável semelhança com os do Ingá.

    Seria interessante que algum pesquisador enveredasse por esse caminho. Imagino que, de alguma maneira, populações africanas poderiam ter vindo para o continente americano e marcados seus símbolos aqui.

    Não deixa de ser uma hipótese.

    Em Bandiagara, os sinais são pintados na rocha, enquanto os de Ingá são como que esculpidos.

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.