Avião sumiu em 1961, matando os 24 passageiros a bordo.
Grupo disse ter encontrado fuselagem em área a 3 mil metros de altura.
As histórias de aviões desaparecidos deixam uma aflição interminável às famílias de passageiros e tripulantes. Até que surgem os destroços da aeronave. No caso do avião Douglas C-3, que transportava parte do time de futebol Cruz Verde, passaram-se 54 anos. Montanhistas chilenos localizaram agora restos da aeronave nos Andes, que muita gente já dava por perdida para sempre.
Neste domingo (8), de acordo com a imprensa chilena, foram divulgadas imagens do lugar do acidente, a mais de 300 quilômetros da capital Santiago. “Senti a energia do lugar. Dava para respirar a dor”, disse ao jornal La Nación Leonardo Albornoz, um dos montanhistas da expedição. O local é mantido em segredo, segundo ele, para que seja respeitado e não vire uma atração turística. Afirmou também que a aeronave não está onde indicam as publicações oficiais.
Muitas tentativas foram feitas para chegar ao local do acidente, mas só desta vez a missão teve êxito. De acordo com o jornal La Segunda, nove pessoas fizeram parte da equipe. “O avião está a mais de 3.200 metros de altura. Grande parte da fuselagem está conservada, tem muito material no local, inclusive restos mortais”, disse Albornoz ao La Segunda.
Equipes de resgate encontraram a parte final da cauda da aeronave e alguns restos humanos uma semana depois do acidente, disse à Reuters um funcionário que pediu para não ser identificado. Mas o esforço de recuperação dos corpos foi abandonado por causa de sua localização perigosa e remota, perto dos picos nevados.
A redescoberta do avião está lançando nova luz sobre a tragédia, e reacende as esperanças de uma despedida muito aguardada por alguns dos parentes ainda vivos dos passageiros.
A tragédia com o avião LAN Chile, dia 3 de abril de 1961, com 24 pessoas a bordo, causou comoção mundial. Na época, parte do time de futebol voltava para Santiago depois de um jogo em Osorno, ao sul do país. A aeronave bateu nos Andes e desapareceu. A tragédia só não foi maior para a equipe chilena porque ela se dividiu em duas aeronaves.
A equipe localizou peças do avião, incluindo uma hélice, espalhadas sobre uma encosta rochosa. “Nós também encontramos restos humanos”, disse López à Reuters nesta segunda-feira (9).
A “tragédia do Green Cross” não deve ser confundida com a queda da aeronave que transportava jogadores de rúgbi uruguaios, em 1972, deixando-os 72 dias isolados na cordilheira. Esse outro acidente teve 16 sobreviventes e virou filme e livro.
A LAN Chile, agora parte da Latam Airlines, maior companhia aérea da região, era estatal na época do acidente do Green Cross.
Do G1, em São Paulo