O NAUFRÁGIO MAIS RICO DE TODOS OS TEMPOS FOI ACHADO EM ÁGUAS TERRITORIAIS DA COLÔMBIA E VALE US$ 17 BILHÕES – MAS SE OS COLOMBIANOS NÃO TOMAREM CUIDADO, PODEM PERDER TUDO PARA EUROPEUS

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Canhões do San José – Fonte – WHOI

Confirmado oficialmente só agora, naufrágio ocorreu há 310 anos com uma carga de ouro, prata e esmeraldas. Robô que ajudou a achar destroços do Air France 447 tirou fotos de galeão espanhol San José. Localização exata do achado é tratada como segredo de Estado pela Colômbia.

Fontes – https://g1.globo.com/mundo/noticia/robo-que-ajudou-a-achar-destrocos-do-air-france-447-tira-fotos-de-galeao-afundado-que-pode-conter-tesouro-de-us-17-bilhoes.ghtml – Via Associated Press

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/Naufragio-San-Jose.phtml?utm_source=facebook.com&utm_medium=facebook&utm_campaign=facebook

Novos detalhes foram revelados sobre o achado do galeão espanhol San José, que afundou há três séculos perto da costa caribenha da Colômbia.

O Instituto Oceanográfico Woods Hole – WHOI, dos Estados Unidos, após ser autorizado pelo governo colombiano, revelou que usou o robô REMUS 6000 para fazer imagens de sonar e fotografias do San José deitado a 600 metros de profundidade. Este aparelho de pesquisa subaquática é o mesmo que ajudou a localizar os destroços do voo da Air France que caiu  em 2009 no Oceano Atlântico, perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo, após partir do Rio de Janeiro rumo a Paris.

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O REMUS 600 – Fonte – https://www.zdnet.com/pictures/unmanned-auvs-find-air-france-wreckage/6/

O galeão espanhol foi encontrado no final de 2015 na Península de Baru, Colômbia. Mas só agora saiu a confirmação oficial. ( Ver – https://tokdehistoria.com.br/2015/12/11/colombia-encontrado-o-grandioso-tesouro-do-galeao-san-jose/ )

Muitas vezes chamado de “Santo Graal dos naufrágios”, foi por muito tempo considerado um dos mais duradouros mistérios marítimos da história. O Woods Hole foi convidado a participar da busca por sua reconhecida especialização em exploração em águas profundas.

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Despojos do San José – Fonte – WHOI

O galeão San José foi ao fundo após ser abatido por uma esquadra britânica na Ação de Wager, em 8 de junho de 1708. Era a Guerra de Sucessão Espanhola, na qual uma disputa após a morte do rei Carlos II, sem filhos, levou a uma guerra internacional entre as facções Bourbon e Habsburgo, apoiadas por duas coalizões. A Inglaterra, com o Sacro Império Romano-Germânico, a República Holandesa e Portugal, estava a favor dos Habsburgo. A França era o principal aliado dos Bourbon, a quem pertencia o navio. 

Dos mais de 600 tripulantes do San José,  apenas 11 sobreviveram. O resto foi a fundo com uma gigantesca carga de ouro, esmeraldas e prata tiradas das colônias espanholas. 

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O San José sendo afundado no quadro “Ação em Cartagena”, 28 de maio de 1708, de autoria do pintor Samuel Scott – Fonte – ps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2e/Wager%27s_Action_off_Cartagena%2C_28_May_1708.jpg

Pelos padrões modernos o galeão de 62 canhões e três mastros afundou com um tesouro que pode valer até US$ 17 bilhões de dólares, segundo a Associated Press. Esse montante é equivalente ao PIB, o total produzido pela economia, de um país como Moçambique. O valor estimado é 34 vezes maior que o segundo mais rico naufrágio já tirado do mar, o Nuestra Senõra de Las Mercedes, encontrado em 2007, que rendeu US$ 500 milhões em artefatos recuperados.

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Xícaras de chá no local do naufrágio, imagem REMUS, Instituição Oceanográfica Woods Hole – Fonte – http://www.whoi.edu/news-release/new-details-on-discovery-of-the-san-jose-shipwreck

O veículo de pesquisa do Woods Hole desceu até 9 metros acima dos destroços do San José para tirar várias fotografias, flagrando, entre outras coisas, as gravuras de golfinhos nos canhões da nave, peça-chave de evidência visual para confirmar que se tratava do galeão.

“Os destroços estavam parcialmente cobertos de sedimentos, mas com as imagens das câmeras das missões de menor altitude, pudemos ver novos detalhes nos destroços e a resolução foi boa o suficiente para distinguir a escultura decorativa dos canhões”, disse o líder da expedição, Mike Purcell.

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Vista geral do naufrágio no fundo do mar, onde é possível ver o contorno do casco do San José – Fonte – https://thecitypaperbogota.com/big-picture/big-picture-the-san-jose-galleon-from-a-rembus-6000/19727

Ainda resta saber quem é o dono da bolada do San José!

O tesouro do galeão tem sido objeto de batalhas judiciais entre várias nações e também empresas privadas. Há algumas semanas, a UNESCO, agência cultural das Nações Unidas, pediu à Colômbia que não explorasse comercialmente o naufrágio. Já a Espanha está também interessada, já que a nave sinistrada era sua propriedade então. Segundo reportagem da Bloomberg, o mesmo pode ser pedido pela França, na batalha com a Espanha, ou o outro lado, Holanda e Inglaterra, que receberiam o butim do vencedor.

A localização exata e profundidades exatas do San José, por razões óbvias, se tornaram um segredo de Estado na Colômbia. Segundo o vice-presidente da WHOI, o norte-americano Rob Munier, afirmou que “Mantivemos o segredo em respeito ao governo colombiano”.

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Corveta ARC Caldas (FM-52), da Marinha da Colômbia, ou A.R.C. (Armada República de Colombia), é uma força moderna, bem equipada e que pode tranquilamente proteger a área desse naufrágio – Fonte – https://es.wikipedia.org/wiki/Crisis_de_la_Corbeta_Caldas#/media/File:Arc_fragata_caldas.jpg

Consta que a descoberta de San José traz considerável significado cultural e histórico para o governo e povo colombiano, devido ao tesouro de artefatos culturais e históricos do navio e às pistas que podem fornecer sobre o clima econômico, social e político da Europa no início do século XVIII. O governo colombiano planeja construir um museu e um laboratório de conservação de classe mundial para preservar e exibir publicamente o conteúdo do naufrágio, incluindo canhões, cerâmicas e outros artefatos.

Esperamos e torcemos para que o governo colombiano tenha capacidade e competência para manter sob sua posse esse achado, fruto do saque fabuloso praticado pelos conquistadores europeus durante a colonização do Novo Mundo!  

Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela subaquática.

COLÔMBIA – ENCONTRADO O GRANDIOSO TESOURO DO GALEÃO SAN JOSE

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Canhões de bronze do galeão San Jose.

ESTE PODE SER A MAIS VALIOSA DESCOBERTA SUBAQUÁTICA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE 

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos anunciou no sábado (05/12/2015) que, 307 anos depois de seu afundamento, foi encontrado em águas colombianas o galeão espanhol San Jose.

Em entrevista coletiva na cidade de Cartagena, o presidente Santos comentou ser esta descoberta “Uma das maiores descobertas do patrimônio subaquático, se não a maior da história da humanidade”. Ela aconteceu na madrugada de sexta-feira, 27 de novembro último, a partir de um trabalho conjunto do Instituto Colombiano de Antropologia e História (ICANH), da Marinha da Colômbia e uma equipe de cientistas internacionais.

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O galeão San Jose afundou após um ataque de barcos britânicos em maio de 1708, com toda a riqueza a bordo e se tornou uma lenda de enormes proporções entre os caçadores de tesouro.

Preciosa mercadoria

Na conferência de imprensa em Cartagena sobre o tema, o presidente Santos não deu muitos detalhes sobre a descoberta. Ele insistiu que a informação relativa à conclusão desta operação de resgate está sujeita a reserva legal e comentou “-É uma questão do Estado colombiano”.

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O presidente colombiano Juan Manuel Santos anunciando a descoberta. Fonte – http://www.elheraldo.co

Para o presidente esta descoberta é de todos os colombianos e deve haver uma união nacional pela sua proteção. Assim justificando a falta de detalhes sobre a sua localização, por medo que alguém venha antes e retire este magnífico tesouro.

Entretanto circulou a informação que os restos do San Jose se encontram ao largo da península Baru, próximos as Ilhas Rosário e pretensamente estariam à cerca de 200 ou 300 metros profundidade.Sobre este tesouro as pesquisas apontam que ele consistia em ouro, prata, platina e esmeraldas. Alguns relatos dizem que o San Jose possuía em seus porões 116 caixas de esmeraldas, duas toneladas de platina e a riqueza pessoal do vice-rei do Peru, tornando este o navio naufragado mais rico do hemisfério ocidental. Juan Manuel Prieto, que por 20 anos defendeu a autoridade colombiana sobre os restos do galeão, disse à BBC News que calculou o valor da carga em valores atuais como algo em torno de um bilhão e quinhentos mil dólares.

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Quadro de Samuel Scott reproduzindo a destruição do San Jose

Quando esta nave afundou viviam-se tempos de confronto entre Espanha e Inglaterra, as maiores potências marítimas da época. O San Jose havia navegado do Panamá para o porto da então conhecida Cartagena de Índias, onde planejava chegar em Havana, Cuba, e, em seguida, viajar para Cádiz, na Espanha. No entanto, pouco depois de sua partida foi atacado por uma frota inglesa que tentava saqueá-lo. Em uma ação naval extremamente audaz, o navio britânico HMS Expedition foi quem, após 90 minutos de combate, atacou e afundou o galeão.

Como resultado da refrega naval, mais de 600 espanhóis morreram após os canhões ingleses atingirem o paiol de pólvora do San Jose. Na conferência de imprensa em Cartagena, o presidente Juan Manuel Santos prestou homenagem aos marinheiros mortos e deixados no fundo do mar.

Reivindicações

Apesar da idéia de ineditismo na descoberta do galeão San Jose e propagada pelo presidente Juan Manuel Santos, sua localização já era conhecida desde 1981. Mas os esforços para explorar o navio e salvar o seu tesouro não seguiram adiante por uma disputa entre o governo colombiano e a empresa norte-americana de resgate marítimo Sea Search Armada.

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Recipientes de barro e outros objetos no local do afundamento do galeão

Neste caso um tribunal dos Estados Unidos deu ganho de causa ao Governo da Colômbia. Mas tudo indica que os colombianos ainda vão ter muita dor de cabeça nos tribunais e na área diplomática para usufruir plenamente deste tesouro. Pois outro reclamante é o governo da Espanha, que baseia seu direito a estes salvados no fato desta nave fazer parte de uma frota militar daquele país em 1708 e está transportando valores que pertenciam à coroa espanhola. Não deixa de ser interessante à cara de pau dos espanhóis na reivindicação sobre este caso. Pois olvidam descaradamente que este tesouro era fruto do maior e mais sanguinolento saque já realizado por membros de um governo europeu contra povos indígenas americanos.

Identificação

Questões de posse à parte, nas pesquisas iniciais dos restos do galeão espanhol San Jose foram visualizados pelos equipamentos subaquáticos diversos itens da carga e armas da embarcação. Inclusive foram as fotos de algumas destas armas que mostraram a Ernesto Montenegro, diretor de ICANH, sobre o que realmente eles haviam encontrado. Eles são os antigos canhões de bronze, que possuem gravações que representam golfinhos, uma prova inconteste da indicação de que estes restos pertencem ao San Jose e não deixam qualquer dúvida sobre a identidade do sítio arqueológico.

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Igualmente foram vistos frascos de vidro e armas pessoais; em uma foto apresentada na conferência de imprensa se vê o punho de uma espada. Além disso, se descobriram mais de cem panelas de cerâmica e algumas porcelanas.

Montenegro disse que importantes cientistas da oceanografia, engenharia naval e história foram chamados para contribuir neste trabalho e muitos dos pesquisadores envolvidos eram estrangeiros. Mas foi em um navio da Marinha da Colômbia, o ARC Malpelo, que serviu de base para a operação e onde estes cientistas trabalharam na identificação do galeão.

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O ARC Malpelo, base das pesquisas para a descoberta do antigo barco.

O presidente Santos afirmou que vai solicitar ajuda de universidades colombianas no processamento do material encontrado, mas também de instituições estrangeiras, como o Smithsonian American. Ele insistiu sobre a importância da descoberta a nível mundial e prometeu construir um grande museu em Cartagena com os salvados do San Jose.

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Ainda há muito a ser investigado. Apesar de toda a empolgação com a notícia, os cientistas comentaram que o local exato do naufrágio é apenas o começo de um grande trabalho.

Fonte – http://www.bbc.com/mundo/noticias/2011/10/110930_tesoros_hundidos_jrg.shtml

http://www.bbc.com/mundo/noticias/2015/12/151205_economia_galeon_san_jose_colombia_egn