MARC FERREZ – FOTÓGRAFO DO BRASIL

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Através da amiga e competente jornalista Zarife Assi, recebi pelo Facebook estas lindas fotos realizadas por Marc Ferrez (1843-1923). Este foi grande fotógrafo do século XIX em nosso país. Suas imagens formam o patrimônio visual de uma época de transformações no Brasil. Seus retratos de índios, escravos e indivíduos urbanos, são fortes e inesquecíveis e sua obra é considerada um dos mais ricos documentos visuais do período.

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Marc Ferrez em 1876 – Fonte – pt.wikipedia.org

Filho de franceses, Marc Ferrez ficou órfão aos 8 anos, em 1851, quando os pais morreram de maneira desconhecida, por envenenamento ou de febre amarela. Depois de uma temporada na França, com um casal amigo, voltou ao Brasil com 21 anos, já interessado em fotografia.

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Aqui, especializou-se com profissionais experientes, até fundar, em 1867, um ateliê e sua própria marca, a Marc Ferrez & Cia. No ano seguinte, registrou as comemorações do fim da Guerra do Paraguai e começou a trabalhar para o governo.

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A partir de 1872, passou a se apresentar como “fotógrafo da Marinha Imperial e das construções navais do Rio de Janeiro, tendo como especialidade vistas do Rio de Janeiro e arredores, em todas as dimensões a preços acessíveis”.

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Ferrez percorreu todas as regiões do Brasil, em expedições governamentais e científicas. Ele documentou tudo o que podia: fazendas de café, árvores, plantas arquitetônicas, praias, praças, navios e pessoas que encontrava em suas andanças.

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Ficou conhecido internacionalmente não apenas por suas panorâmicas, mas também pelas pesquisas na área da fotografia. Por exemplo, com equipamentos adaptados para operar dentro de embarcações. Ele era um apaixonado pelo Rio, que descrevia como “uma cidade de beleza luxuriante e risonha”, pelo Brasil e pelas câmeras e lentes.

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A maioria dos fotógrafos da época vivia do trabalho com retratos. Ferrez chegou a fazê-los (Machado de Assis, Santos-Dumont, conde d’Eu, etc.), mas não era o que mais o atraía. Gostava mesmo de experimentar, registrar acontecimentos, transformações.

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Outro obstáculo ao trabalho de Ferrez vinha da técnica: uma de suas especialidades, a foto panorâmica, exigia esforço imenso. Na segunda metade do século 19, a panorâmica era muito apreciada, mas poucos estavam dispostos a enfrentar as dificuldades operacionais e os elevados custos da produção desse tipo de fotografia.

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O processo fotográfico completo, mesmo de imagens em formato convencional, levava cerca de uma hora, para cada foto e o fotógrafo pensava muito, antes de tomar a decisão de uma foto.

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Após a morte do fotógrafo, em 1923, o neto e historiador Gilberto Ferrez se dedicou ao estudo do acervo, o que contribuiu para sua divulgação no Brasil e no mundo. O conjunto da obra de Marc Ferrez mostra a vontade quase ufanista de documentar um país em formação, em vez de buscar o “pitoresco”, como faziam muitos na época. Suas imagens formam em nosso imaginário um retrato mais fiel do passado do Brasil.

FONTE – http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/marc-ferrez-fotografo-andarilho-480178.shtml

AS INCRÍVEIS FOTOS DE NAUFRÁGIOS INGLESES

A barca Mildred, que encalhou em 1912
A barca Mildred, que encalhou em 1912

O que dizer de uma família que ao longo de 125 anos, durante quatro gerações, realizou 1.360 imagens, de mais de 200 naufrágios ocorridos nas águas traiçoeiras da região da Cornualha e das ilhas de Scilly, no sudoeste da Inglaterra.

Pela qualidade das imagens, no mínimo obrigado!

A costa da Cornualha é conhecida como um dos locais mais perigosos para a navegação, um verdadeiro cemitério de navios e tripulações. Diante da frequência de desastres e das imagens dramáticas, o fotógrafo John Gibson fez a sua primeira fotografia de um naufrágio em 1869.

John fundou um pequeno negócio fotográfico familiar na década de 1860, mas foram seus filhos e inseparáveis ​​irmãos Alexander e Herbert que aperfeiçoaram a técnica de fotografar o drama cruel destes naufrágios.

o Glenbervie, que encalhou, de Glasgow,  sobre as rochas em Coverack logo após encalhar em 13 janeiro de 1902. Este desastre foi muito festejado.
o Glenbervie, que encalhou, de Glasgow, sobre as rochas em Coverack logo após encalhar em 13 janeiro de 1902. Este desastre foi muito festejado.

Se um navio encalhava na costa da Cornualha, um membro da família Gibson seria um dos primeiros na cena. Na coleção existem fotos como a do vapor alemão Schiller, de 3.500 toneladas, que em 1876 afundou deixando um rastro de 300 mortes. Mas os Gibsons fotografam casos de acidentes pitorescos e felizes, como a da barca britânica Glenbervie, que bateu em rochas na área de Coverack. Felizmente toda a tripulação foi salva e grande parte de sua carga de 600 caixas de uísque e 400 de brandy foi recolhida pela população local.

O Cviet que encalhou perto Porthleven em 1884 com a perda de três vidas.
O Cviet que encalhou perto Porthleven em 1884 com a perda de três vidas.

Muitas destas imagens foram destaque em jornais, revistas, cinema e na TV inglesa ao longo de décadas, bem como em livros de autores famosos, como John Le Carré .

Em novembro de 2013 esta magnifica coleção foi colocada à venda na conhecida casa de leilões Sotheby e adquirida pelo National Maritime Museum, um museu marítimo localizado em Greenwich, Londres, que pagou 122.500 libras pela coleção.

O Voorspoed de 1901.
O Voorspoed de 1901.
O estado do Granite destruído em Porthcurno em 1895
O estado do Granite destruído em Porthcurno em 1895
O barco britânico Cromdale bateu nas rochas em meio a névoa espessa em 1913. Transportava uma carga de nitrato do Chile.
O barco britânico Cromdale bateu nas rochas em meio a névoa espessa em 1913. Transportava uma carga de nitrato do Chile.
A Barca Hansey naufragou em 13 de novembro de 1911. Você pode ver claramente a navios de carga de madeira muito do que foi recuperada e usada localmente.
A Barca Hansey naufragou em 13 de novembro de 1911. Você pode ver claramente a navios de carga de madeira muito do que foi recuperada e usada localmente.
O Seine bateu em terra no dia 28 de dezembro de 1900. Vindo do Chile com uma carga de salitre e  a tripulação foi forçada a abandonar o navio em mar revolto. A barca era um desastre total e o que restou foi vendido por apenas 42 libras.
O Seine bateu em terra no dia 28 de dezembro de 1900. Vindo do Chile com uma carga de salitre, a tripulação foi forçada a abandonar o navio em mar revolto e o que restou foi vendido por apenas 42 libras.
A escunas Mary Barrow e Lizzie R Wilce encalharam  durante uma tempestade em janeiro de 1908. Ambos os navios estavam transportando carvão e conseguiram voltar a navegar.
A escunas Mary Barrow e Lizzie R Wilce encalharam durante uma tempestade em janeiro de 1908. Ambos os navios estavam transportando carvão e conseguiram voltar a navegar.
A família Gibson fotografou estes desastres marítimos durante quatro gerações
A família Gibson fotografou estes desastres marítimos durante quatro gerações

Fonte – http://www.bbc.co.uk/news/uk-england-24623410