30 ANOS DA PROFISSÃO DE GUIA DE TURISMO: O QUE FAZER?

Fonte – httpwww.turistou.com.brguia-de-turismo

Jorge Breogan*

A única profissão regulamentada do setor de turismo está completando, no dia 28 de janeiro, trinta anos. Nesta data, trinta anos atrás, foi assinada a Lei no 8.623, que dispõe sobre a profissão de Guia de Turismo e dá outras providências. Nesse mesmo ano, foi aprovado o Decreto no 946, de 1o de outubro de 1993, que regulamentou a Lei.

De lá para cá, foram diversas deliberações normativas, lei e decreto-lei e inúmeras portarias do Ministério do Turismo (MTur). Não podemos dizer que não existem leis ou instrumentos jurídicos que nos dizem respeito e deveriam nos proteger, mas isso não ocorre, pois somos diariamente desrespeitados em nosso direito. Os órgãos competentes que possuem a atribuição delegada do MTur são ocupados por pessoas alheias ao trade turístico, que desconhecem a realidade sobre o que o setor representa para o país. São cargos políticos, arranjos de campanhas eleitorais e acomodações políticas, sem o compromisso com uma política pública para o setor. Daí a razão para não se fiscalizar os prestadores de serviços, que conduzem os turistaspelo país de forma ilegal.

A profissão de guia de turismo é regulamentada pela Lei 8.623/1993 e para exercer a atividade é necessário ser credenciado – Fonte – https://diariodocomercio.com.br/turismo/guias-de-turismo-se-reinventam-na-pandemia/

Os profissionais guias de turismo, que possuem formação e capacitação técnica para o exercício da profissão, são obrigados por lei a se cadastrarem no Cadastur, do MTur, enquanto criminosos, “pseudoguias” continuam livres a subtrair a boa vontade e o conhecimento dos turistas que circulam pelo país.

O profissional guia de turismo sabiamente é o elemento chave na composição do produto turístico, já que é o principal responsável pela intermediação entre a agência de turismo, o produto turístico e o turista. Ao contrário do que muita gente pensa, o profissional guia de turismo não é apenas a pessoa que recebe o pagamento para viajar. Ele está diretamente vinculado com o resultado de uma experiência de viagem.

Aula de campo do curso de Guis de Turismo no Rio de Janeiro em 1969.

Como surgiu o guia de turismo?

A profissão de Guia de Turismo surgiu na Antiguidade, descrita por Heródoto por volta de 440 a.c. Diferente dos guias atuais, os guias de Heródoto, em vez de orientar turistas em passeios por lugares pitorescos e de lazer, guiavam exércitos em território inimigo: a eles cabia também orientar os soldados em terreno desconhecido, servir de intérprete, providenciar acomodações, alimentação, meio de transporte, entre outras funções.

Afinal, quem é este profissional?

De acordo com a literatura, o guia de turismo é considerado um profissional com distintas referências. Requer-se dele vários atributos, como preparo físico, equilíbrio emocional, comunicação precisa e objetiva, espírito de aventura, disponibilidade para trabalhar em diversos dias e horários, gostar de viajar, gostar de trabalhar com pessoas e saber lidar com situações adversas.

Foto Monkey Business Images Shutterstock.com

Uma história de lutas permanentes

Os guias de turismo se reuniram pela primeira vez em um congresso brasileiro em 1980, em São Luiz do Maranhão, quando foram fundadas, em todo o país, as Associações dos Guias de Turismo (AGTURB), e foi criado então o Conselho Nacional das AGTURBs. Após a criação da lei, em 2003, sua sucessora legal, a Federação Nacional dos Guias de Turismo (FENAGTUR), foi criada com o objetivo de apoiar a organização sindical nos estados, promover campanhas de valorização profissional, entre outros.

Ocorre que nos últimos anos sua atividade foi praticamente paralisada pela destituição da antiga diretoria, cujo processo tramita na Justiça.

E na véspera de comemorarmos os trinta anos da profissão, fomos surpreendidos pelo Comunicado Oficial do SINGTUR-PE com a nota do cancelamento do XLI Congresso Brasileiro de Guias de Turismo, marcado para acontecer em Recife, entre maio e junho deste ano.

Como dá para notar, ainda temos um longo caminho a percorrer pela valorização e pelo reconhecimentoda profissão de Guia de Turismo.

*Ex-presidente do Conselho Nacional das AGTURBs, gestão de 1985-1989.

Guia de Turismo – Cadastur 25.734156.58-7

NO PRÉDIO HISTÓRICO DA RAMPA COM O SR. WILLIAM POPP, EMBAIXADOR INTERINO DOS ESTADOS UNIDOS NO BRASIL

Foto – Ana Paula Andrade , SETUR

Rostand Medeiros – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN

Através de um convite feito pela Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte – SETUR, eu estive hoje no prédio histórico da RAMPA para acompanhar a visita do Sr. Willian W. Popp, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o segundo no escalão dessa representação diplomática.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Como os Estados Unidos ainda não indicaram quem vai ser o titular do cargo de Embaixador em nosso país, o Sr. Popp é o atual responsável pelo comando do posto.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Estiveram acompanhando essa visita os membros do Consulado dos Estados Unidos em Recife o diplomata Daniel A. Stewart e Stuart Alan Beechler, funcionário desse consulado.

Com Daniel A. Stewart e Stuart Alan Beechler – Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Daniel e Stuart são dois bons amigos, que juntamente com o Cônsul Geral dos Estados Unidos em Recife, o Sr. John Barret, acompanham com atenção e possuem enorme interesse em nossa história comum.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Uma história que une durante a Segunda Guerra Mundial a antiga estação de hidroaviões da Rampa, juntamente com Parnamirim Field, Natal, o Rio Grande do Norte, o Brasil e os Estados Unidos.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Recentemente estive junto com Daniel, Stuart e o Sr. Barret no trabalho de resgate histórico e homenagens aos aviadores da Marinha dos Estados Unidos que pereceram em 10 de maio de 1944, na área rural do município potiguar de Riachuelo, em um acidente com um hidroavião Consolidated PBY-5A Catalina.

Mais detalhes sobre os eventos acontecidos em Riachuelo, veja esses links:

https://tokdehistoria.com.br/2019/03/30/membros-do-corpo-diplomatico-dos-estados-unidos-no-brasil-visitaram-a-cidade-de-riachuelo-p

A GUERRA CHEGA AO AGRESTE POTIGUAR – A QUEDA DE UM CATALINA EM RIACHUELO

SOBREVOOS E HISTÓRIAS VIVIDAS NA GUERRA

Carlos Ribeiro Dantas explicando o projeto – Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Coube ao arquiteto da SETUR Carlos Ribeiro Dantas, que trabalha com denodo e especial atenção na recuperação desse patrimônio histórico, conduzir os visitantes.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Carlos apresentou os serviços que estão sendo realizados e apontou as necessidades para a conclusão da obra. Posso testemunhar que os trabalhos estão sendo muito bem conduzidos e a entrega desse patrimônio ao povo potiguar se dará em breve.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Também esteve nessa visita Ana Paula Andrade, da comunicação da SETUR, bem como Hyvirng Ferreira, a Vivi, minha amiga da bela cidade de Patu e assessora técnica da EMPROTUR.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

A minha participação nessa visita foi apoiar, quando necessário, os visitantes e os membros da SETUR com informações históricas.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Nessa visita, que durou quase duas horas, muito me chamou a atenção o fato do Sr. Willian Popp buscar informações sempre detalhadas sobre os aspectos técnicos da obra. Ele igualmente buscou conhecer as informações de caráter histórico sobre a utilização do prédio da Rampa pela aviação comercial dos Estados Unidos antes da Segunda Guerra e pelos militares da marinha do seu país durante o conflito.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

O Sr. Popp comentou ser um fato que a existência do complexo militar americano no Rio Grande do Norte durante a Segunda Guerra é praticamente desconhecido nos Estados Unidos, bem como sobre os episódios aqui ocorridos. Mas informou que a história aqui existente é muito rica e interessante para o povo norte-americano e que a atuação conjunta da representação diplomática do seu país no Brasil e do Governo do Estado do Rio Grande do Norte pode ampliar essa informação e o conhecimento sobre Natal na Guerra.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Da minha parte recebi dos membros da SETUR total liberdade para expor ao Sr. Willian Popp meus pensamentos sobre esse período histórico.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Enalteci a importância histórica, social e cultural dos eventos aqui ocorridos, o fato dessa história comum ser algo que permeia todas as camadas da nossa sociedade, que em minha opinião os potiguares gostam e desejam aprender mais sobre esses fatos e outros aspectos que considerei pertinente.

Foto – Charles Franklin de Freitas Góis

Sob todos os aspectos foi um momento extremamente positivo e que possa gerar bons frutos para o turismo e para o conhecimento da história potiguar pelo seu povo.

Antes de chegar ao Brasil o diplomata William Popp foi conselheiro político da Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, no Quênia, e atuou ainda em missões na Colômbia, Angola e Nicarágua.

Possui mestrado em Estratégia de Segurança Nacional pela Escola Superior de Guerra dos Estados Unidos, em Washington, mestrado em Artes em Assuntos Internacionais, pela Universidade George Washington, e bacharelado em Estudos Internacionais e Ciências Políticas pelo Westminster College.